Israel e o final dos tempos
(Texto organizado por Maurício Manfré)
Donald
Trump não
é o primeiro presidente que prometeu reconhecer Jerusalém como a
capital de Israel e transferir a embaixada americana para
lá. Mas ele foi o único a manter essa postura.
Trump fez seu anúncio na semana
passada afirmando: "antigos desafios requerem novas abordagens". A
decisão foi amplamente considerada como sendo politicamente motivada para
agradar seus apoiadores evangélicos que supostamente teriam levantado a questão
em diversas reuniões.
O
comentário é de Jonathan Merritt, publicado por America,
11-12-2017. Johnnie Moore, o porta-voz efetivo do conselho consultivo de
fé do presidente, disse à CNN, que "Esta questão foi - para
muitos - secundária, e se preocupou apenas com o julgamento dos principais
apoiadores evangélicos do presidente. O presidente Trump, mais uma
vez, demonstrou aos seus defensores evangélicos que fará o que
ele disse que fará".
Mas
a obsessão evangélica de décadas com Israel tem
mais a ver com a profecia do que com a política.
Quando
ouvi pela primeira vez as notícias sobre o anúncio do presidente, senti que
estava de volta à universidade. Em 2000, nos mudamos para a cidade-dormitório
de Lynchburg, Virginia, onde eu frequentaria a
Universidade Evangélica da Liberdade. Todos os alunos eram exigidos a fazer
aulas de teologia paralelamente aos seus cursos principais e a fazer serviços
na capela, três vezes por semana, onde ouviriam sermões que muitas vezes
citavam William F. Buckley, assim como o apóstolo Paulo.
Em mais
de uma ocasião, oradores evangélicos proeminentes de toda
a América declaravam na capela que o fim do mundo estava se
aproximando. Como prova, eles citavam o estabelecimento da nação de Israel, em
1948. De acordo com nossa interpretação da Bíblia, este era um pré-requisito
para o apocalipse.
Para os evangélicos, a Bíblia não era apenas a
história do envolvimento de Deus, no passado. Também serve como um plano para o
futuro
Para evangélicos como
nós, a Bíblia não era apenas a história do envolvimento de Deus no passado ou
um guia para a vida justa no presente. Também serve como um plano de Deus para
o futuro. Acreditamos que as escrituras sagradas e o livro do Apocalipse, em
particular, anunciaram o dia em que Jesus retornaria à Terra para destruir o
mal e oferecer aos seus seguidores um lugar privilegiado no reino de Deus. Nós
clamamos coletivamente para que este dia chegue.
A Universidade
da Liberdade era um viveiro para a teologia popular entre evangélicos,
chamada de "dispensacionalismo" (‘dispensationalism’, em
inglês), que divide a história em diferentes eras ou dispensações. De acordo
com este ensinamento, quando os judeus do primeiro século rejeitaram Jesus,
começou uma nova "era da Igreja" em que os cristãos atuariam como
"o povo escolhido por Deus". Esta dispensação continuará até que Deus
leve os cristãos ao céu, deixando os "não-escolhidos" para trás, para
um período de turbulência. Isto é conhecido como "o arrebatamento".
Enquanto
o dispensacionalismo ensina que Deus está atualmente focado na
igreja cristã, os crentes nesta teologia afirmam que, quando os últimos dias
chegarem, Deus trará o povo judeu de volta a Israel, onde
reconstruirão o templo e, finalmente, aceitarão Jesus como o Messias legítimo.
Isso desencadeará o retorno de Jesus e seu reinado.
Embora
este sistema teológico possa parecer excêntrico para algumas pessoas, seus
defensores afirmam que a Bíblia o ensina. Em Gênesis 17,
Deus promete fazer de Abraão o pai de uma grande nação, que
os dispensacionalistas acreditam ser advinda de uma aliança
duradoura. Eles acreditam que Isaías 11 e 66, assim como Ezequiel 37, preveem o
retorno dos judeus a Israel. O profeta Zacarias, segundo eles, profetizou
que os judeus reocupariam Jerusalém em oposição a muitas nações antes deles
finalmente aceitarem as reivindicações messiânicas de Jesus. Os dispensacionalistas
também apontam a Apocalipse 7 como prova de que Deus ainda tem planos
específicos para as 12 tribos de Israel nos últimos dias.
O Dispensacionalismo tem uma história de séculos e
desfruta de uma ampla aceitação entre os cristãos americanos
O Dispensacionalismo tem
uma longa história de séculos e desfruta de uma ampla aceitação entre os
cristãos americanos. O professor da Bíblia do século 19, John Nelson
Darby, é considerado o pai do dispensacionalismo. Suas opiniões foram
codificadas e popularizadas pela Bíblia de Referência Scofield. Esta teologia
se espalhou por toda a América nos anos 1800 com a ajuda de evangelistas como Dwight
L. Moody, mas foi impulsionada a novos níveis de popularidade entre meados
e o final do século XX.
Na década
de 1970, o livro A Grande Agonia do Planeta Terra, de Hal
Lindsay, argumentou que o fim bíblico do mundo estava se aproximando
rapidamente e vendeu mais de 30 milhões de cópias. Na década de 1990, a série
de ficção Left Behind(Deixado para trás, N.T.) colocou vários
volumes na lista dos mais vendidos do The New York Times e
gerou dois filmes populares. Além da Universidade da Liberdade,
instituições como o Moody Bible Institute, em Chicago, e o Dallas
Theological Seminary, continuam a treinar jovens líderes cristãos na teologia
dispensacional.
É difícil
para as pesquisas determinarem exatamente quantos cristãos americanosacreditam
no dispensacionalismo. Muitos crentes não conhecem a palavra
técnica para o que acreditam. Uma vez que tantas facetas são possíveis, é
impossível que o formato das enquetes produza resultados definitivos. Além
disso, alguns cristãos que rejeitam o dispensacionalismo como uma teologia
ainda acreditam que Deus deseja estabelecer e abençoar Israel como
uma nação durante os últimos dias da Terra.
Uma enquete de 2015 informou que 60% dos
evangélicos dizem que a nação de Israel foi estabelecida como resultado da
profecia bíblica
Uma
enquete de 2015 informou que 60% dos evangélicos dizem que a
nação de Israel foi
estabelecida como resultado da profecia bíblica. 70% dizem que "Deus tem
um relacionamento especial com a nação moderna de Israel", e 73% acreditam
que "os acontecimentos em Israel são parte das profecias
no Livro do Apocalipse". Assim, para muitos evangélicos, a decisão
de Trump de mudar a embaixada americana para Jerusalém
tratava-se muito mais do que de geopolítica.
Com
certeza, nem todos os cristãos evangélicos mantêm essas
crenças sobre Israel e os tempos finais. Alguns rejeitam a
noção de que as promessas de mais de 4.000 anos, feitas por Deus a Abraão, se
aplicariam a moderna Israel.
Como o
estudioso bíblico Gary M. Burge argumenta na revista The
Atlantic, nem todos os evangélicos acreditam
que promover a importância de Jerusalém "é mais um dos blocos de
construção no cumprimento das profecias que preparam o cenário para a Segunda
Vinda de Cristo". Burge e outros não estabelecem uma
conexão entre a nação teocrática de Israel, na antiguidade, e o estado moderno.
Esses evangélicos sentem que a decisão de Trump é
desnecessariamente provocativa e mina o tipo de paz que os cristãos devem apoiar.
Além
disso, pesquisas recentes indicam que os efeitos do dispensacionalismo e
das teologias relacionadas ao fim dos tempos podem estar desaparecendo entre os
fiéis mais jovens. De acordo com a pesquisa 2017 LifeWay Research,
os evangélicos americanos com menos de 35 anos são significativamente menos
propensos a ter uma visão positiva da nação de Israel do que
os mais antigos, assim como 66% desses mesmos evangélicos acreditam que
"os cristãos devem fazer mais para amar e cuidar do povo palestino".
Por
enquanto, os mais próximos do presidente Trump ainda mantêm
crenças sobre o fim dos tempos que enxergam a promoção e a proteção de Israel como
um cumprimento de uma profecia bíblica. Enquanto a decisão da embaixada vem
sendo promovida pelos republicanos de Washington como prova de que Trump cumpre
suas promessas, os evangélicos veem isso como Deus cumprindo as suas.
O aumento do retorno dos judeus à Israel, desde que o país foi reconhecido como Estado em 1948, é visto por muitos teólogos como cumprimento das profecias bíblicas que apontam para o fim dos tempos.
Muitos evangélicos acreditam que os versículos mencionados em Isaías, Jeremias e Ezequiel são profecias que indicam não apenas a recriação do Estado judeu, mas também o ajuntamento do povo judeu na nação.
“Naquele dia, o Senhor estenderá o braço pela segunda vez para reivindicar o remanescente do seu povo que for deixado na Assíria, no Egito, em Patros, na Etiópia, em Elão, em Sinear, em Hamate e nas ilhas do mar. Ele erguerá uma bandeira para as nações a fim de reunir os exilados de Israel; ajuntará o povo disperso de Judá desde os quatro cantos da terra”.
(Isaías 11:11-12)
“Portanto, diga: Assim diz o Soberano, o Senhor: Eu os ajuntarei dentre as nações e os trarei de volta das terras para onde vocês foram espalhados e devolverei a vocês a terra de Israel”.
(Ezequiel 11:17)
“‘Estão chegando os dias’, declara o Senhor, ‘em que esta cidade será reconstruída para o Senhor, desde a torre de Hananeel até a porta da Esquina. A corda de medir será estendida diretamente até a colina de Garebe, indo na direção de Goa. Todo o vale, onde cadáveres e cinzas são jogados, e todos os terraços que dão para o vale do Cedrom a leste, até a esquina da porta dos Cavalos, serão consagrados ao Senhor. A cidade nunca mais será arrasada ou destruída’”.
(Jeremias 31: 38-40)
Origem
das duas posições (Pacto e Dispensacionalismo): Métodos de Interpretação da
Bíblia
O
estudioso de escatologia tem como questão mais importante o método de
interpretação das profecias na Bíblia.
Os
diferentes métodos de interpretação produziram as várias posições escatológicas
existentes.
Por
exemplo, a diferença básica entre Amilenistas e Pré-Milenistas não é se as
Escrituras ensinam um Reino terreno, como ensina o Pré-Milenistas, mas como os
versículos que ensinam esse Reino terreno devem ser interpretados. Portanto,
antes de qualquer debate sobre as passagens proféticas e sobre as doutrinas
escatológicas, é preciso estabelecer o método básico de interpretação.
I. O Método
Alegórico
Um antigo
método de interpretação que reavivou nestes últimos tempos é o método
alegórico.
Qualquer
declaração de supostos fatos que aceita interpretação literal e, no entanto,
requer ou simplesmente admite interpretação moral ou figurada, é chamada
alegoria. É para a narrativa ou para a história, o que as figuras de linguagem
são para as palavras simples, adicionando ao sentido literal dos termos
empregados um sentido moral ou espiritual.
Às vezes
a alegoria é pura, ou seja, sem referência direta à sua aplicação, como na
história do filho pródigo. Às vezes é mista, como no Salmo 80, em que
simplesmente se insinua que os judeus são o povo que a videira tem por objetivo
representar. (Salmo 80:17)
Alegorização
é o método de interpretar um texto literário, considerando o sentido literal
veículo para um sentido secundário, mais espiritual e mais profundo.
Nesse
método, o significado histórico é negado ou desprezado, e a tônica recai
inteiramente num sentido secundário, de modo que as palavras ou os
acontecimentos primeiros têm pouco ou nenhum significado.
Os problemas
do método alegórico
1) O
primeiro grande problema do método alegórico é que ele não interpreta as
Escrituras. Existe uma liberdade ilimitada para a fantasia, basta que se aceite
o princípio, e a única base da exposição encontra-se na mente do expositor.
2) A
citação anterior deixa prever, também, um segundo grande problema no método
alegórico: a autoridade básica da interpretação deixa de ser a Bíblia e passa a
ser a mente do intérprete. A interpretação pode então ser distorcida pelas
posições doutrinárias do intérprete, pela autoridade da igreja à qual ele
pertence, por seu ambiente social e por sua formação ou por uma enormidade de
fatores.
3) Um
terceiro grande problema do método alegórico é que não há meios de provar as
conclusões do intérprete.
Afirmar
que o principal significado da Bíblia é um sentido secundário e que o principal
método de interpretação é a "espiritualização" é abrir a porta para
imaginação e especulação. Por essa razão, entende-se que o controle na
interpretação se encontra no método literal.
Assim, os
grandes problemas inerentes a esse sistema são a eliminação da autoridade das
Escrituras, a falta de bases pelas quais se podem averiguar as interpretações,
a redução das Escrituras ao que parece razoável ao intérprete e, por
conseguinte, a impossibilidade de uma interpretação verdadeira das Escrituras.
II. O
Método Literal
Em
oposição direta ao método alegórico de interpretação encontra-se o método
literal.
O método
literal de interpretação é o que dá a cada palavra o mesmo sentido básico e
exato que teria no uso costumeiro, normal, cotidiano, empregada de modo
escrito, oral ou conceitual.
Chama-se
método histórico-gramatical para ressaltar o conceito de que o sentido deve ser
apurado mediante considerações históricas e gramaticais.
O sentido
"literal" de uma palavra é o seu significado básico, costumeiro,
social. O sentido espiritual ou oculto de uma palavra ou expressão é o que
deriva do significado literal e dele depende para sua existência.
Interpretar
literalmente significa nada mais, nada menos que interpretar sob o aspecto do
significado normal, costumeiro. Quando o manuscrito altera seu significado, o
intérprete imediatamente altera seu método de interpretação.
Os
problemas do método literal
1) A
linguagem da Bíblia muitas vezes contém figuras de linguagem. É o caso,
sobretudo, da poesia. Na poesia dos Salmos, no estilo elevado da profecia
e mesmo na simples narrativa histórica surgem figuras de linguagem que
obviamente não tinham o propósito de ser entendidas literalmente.
2) O
grande tema da Bíblia é Deus e Seus atos redentores para com a humanidade. Deus
é Espírito; os ensinos mais preciosos da Bíblia são espirituais, e essas
realidades espirituais e celestiais são muitas vezes apresentadas sob a forma
de objetos terrenos e relacionamentos humanos.
3) O fato
de que o Antigo Testamento é ao mesmo tempo preliminar e preparatório ao Novo
Testamento é tão óbvio que dispensa prova. Ao remeter os crentes de Corinto, a
título de advertência, aos acontecimentos do Êxodo, o apóstolo Paulo declarou
que aquelas coisas lhes haviam sobrevindo como "exemplos" (tipos).
Isto é, prefiguravam coisas por vir. Isso confere a muito do que está no Antigo
Testamento significância e importância especiais. Tal interpretação
reconhece, à luz do cumprimento no Novo Testamento, um sentido mais profundo e
muito mais maravilhoso nas palavras de muitas passagens do Antigo Testamento do
que aquele que, tomadas em seus antecedentes veterotestamentários, elas parecem
possuir.
Comparação Entre a Teologia do Pacto e a
Teologia Dispensacionalista
Teologia Dispensacionalista
|
Assunto
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Posição do Pacto
|
Posição Dispensacionalista
|
|
Modelo da História
|
Pacto
das Obras com Adão: Pacto da Graça com Cristo em nome dos eleitos (alguns
distinguem entre o Pacto de Redenção com Cristo e o Pacto da Graça com os
eleitos).
|
Dividido
em dispensações (usualmente sete): Inocência (antes da queda), Consciência
(Adão), Governo Humano (Noé), Promessa (Abraão), Lei (Moisés), Graça (Primeira
vinda de Cristo), Reino (Segunda Vinda de Cristo). -- (Alguns adicionam sete
anos da tribulação e a lei como outra dispensação).
|
|
Como a História é Vista
|
Otimista;
Deus está estendendo seu Reino.
|
Pessimista:
os últimos dias se ressaltam por uma crescente maldade que impera no mundo e
pela apostasia na igreja.
|
|
Propósito de Deus na História
|
Existe
UM propósito de redenção unido.
|
Existem
DOIS propósitos, um terreno (Israel), um celestial (a igreja).
|
|
Como os Pactos Bíblicos São Vistos
|
Existem
várias administrações do Pacto da Graça
|
Marcam-se
períodos de tempo onde as demandas específicas de Deus para os homens são
distintas.
|
|
Relações entre o Antigo e o Novo Testamento
|
Aceita-se
o ensinamento do Antigo Testamento, a menos que tenha sido ab-rogado pelo
Novo Testamento.
|
O
Antigo Testamento não tem autoridade, a menos que seja confirmado com o Novo
Testamento.
|
|
Relação entre Israel e a Igreja
|
A
Igreja é o Israel espiritual, em continuidade com o verdadeiro Israel do
Antigo Testamento.
|
A Igreja é o povo espiritual de Deus,
distinto de Israel, o povo físico de Deus.
|
|
A Profecia do Antigo Testamento
|
Refere-se
ao povo de Deus, a Igreja.
|
Refere-se ao Israel étnico.
|
|
A Era da Igreja
|
O
propósito redentor de Deus continua sendo desenrolado
|
É um
parêntese entre o passado e a futura manifestação do Reino.
|
|
Papel do Espírito Santo
|
O
Espírito Santo está dentro das pessoas através de toda a história.
|
O
Espírito Santo está dentro das pessoas desde o Pentecostes até o Rapto.
|
|
Batismo
|
Pacto
unificado, geralmente (porém nem sempre) usado para respaldar o batismo das
crianças.
|
Distinção
entre Israel/Igreja, freqüentemente utilizado (porém nem sempre) para
respaldar o batismo somente dos crentes.
|
|
Implicações Sociais
|
Enfatiza-se
"o mandato cultural"
|
A única
maneira de salvar o mundo é salvando indivíduos; por isso, o evangelismo toma
precedência sobre a “ação social”.
|
|
Escatologia
|
Usualmente
Amilenista; raramente Pós-milenista; ocasionalmente Pré-milenista.
|
Pré-milenista,
usualmente Pré-tribulacionalista.
|
|
Milênio
|
Simbólico,
freqüentemente identificado como a era presente.
|
Literal,
reino terreno de 1000 anos depois da Segunda Vinda.
|
ESCATOLOGIA
Amilenismo,
Pré-Milenismo, Pós-Milenismo e Dispensacionalismo, são termos que confundem muita
gente, ainda mais sabendo que a escatologia está longe de ser algo de fácil
compreensão, principalmente por tratar de assuntos que estão relacionados ao
futuro.
De forma
geral, podemos considerar que essas quatro escolas escatológicas dividem
opiniões entre os cristãos evangélicos, embora que, mesmo dentro de cada
escola, não é raro encontrar quem discorde um do outro. Um fator que complica
ainda mais é a presença de estudiosos e líderes teológicos que se posicionam de
“lados” diferentes. Entenda o que é
escatologia bíblica.
O que
podemos afirmar com certeza é que, todo mundo, de uma forma ou de outra, se
encaixa dentro de uma dessas quatro visões, até mesmo aqueles que nem sabem que
essa divisão existe. Saiba mais sobre as diferentes correntes escatológicas
Para
facilitar o entendimento de quem tem alguma dúvida, vejamos abaixo as principais diferenças entre Amilenismo, Pré-Milenismo,
Pós-Milenismo e Dispensacionalismo nos pontos
fundamentais da escatologia bíblica.
Segunda Vinda de Cristo:
·
Amilenismo: A segunda vinda de Cristo é
um evento único e visível a todos, ou seja, não existe o conceito de arrebatamento secreto. No Amilenismo a Segunda Vinda de
Cristo em glória e o arrebatamento é uma coisa só. Saiba como será o arrebatamento da Igreja.
·
Pré-Milenismo
Histórico: A
Segunda Vinda de Cristo e o arrebatamento são o mesmo evento, tal como no
Amilenismo.
·
Pós-Milenismo: Igual às visões anteriores,
Cristo volta de forma visível e em glória em um único evento.
·
Dispensacionalismo
Clássico: A
segunda vinda de Cristo será dividida em duas fases, sendo a primeira para
arrebatar secretamente a igreja, e a segunda de forma visível e em glória após
os sete anos de grande tribulação.
Ressurreição dos Mortos:
·
Amilenismo: Ressurreição geral de
salvos e ímpios na segunda vinda de Cristo. Os salvos para reinarem com Deus e
os ímpios para condenação eterna.
·
Pós-Milenismo: Da mesma forma como no
Amilenismo, salvos e ímpios ressuscitaram de forma geral na Segunda Vinda de
Cristo.
·
Pré-Milenismo
Histórico: Apenas
os salvos ressuscitarão na segunda vinda de Cristo para reinarem com Ele no
Milênio, enquanto os ímpios só ressuscitarão no final do milênio para a
condenação eterna.
·
Dispensacionalismo
Clássico: O
Dispensacionalismo exige três ressurreições:
1. A primeira dos salvos no
arrebatamento da igreja;
2. A segunda dos judeus após os sete
anos de grande tribulação (alguns também defendem que os salvos do período da
grande tribulação também ressuscitarão nesse momento, enquanto outros acreditam
que somente após o milênio eles ressuscitarão);
3. A terceira dos ímpios após o
milênio.
O Anticristo:
·
Amilenismo: Muitos anticristos se
levantaram ao longo da história, porém haverá um último indivíduo que
será o Anticristo escatológico que surgirá no período
de grande tribulação, e regerá um sistema mundial que será contra a Igreja de
Cristo. Alguns acreditam apenas em um “sistema anticristo” (governo) e não
necessariamente em um indivíduo específico.
·
Pré-Milenismo
Histórico: Um
indivíduo específico que será o inimigo da Igreja no período de grande
tribulação.
·
Pós-Milenismo: O anticristo é qualquer
pessoa que persegue e se opõem ao crescimento do domínio da Igreja na terra.
·
Dispensacionalismo
Clássico: Um
indivíduo que surgirá no período da grande tribulação, que aterrorizará o mundo
e perseguirá aos que não negarem o nome de Jesus, porém ele não fará nada
contra a Igreja que já foi arrebatada.
A Grande Tribulação:
·
Amilenismo: Somente após o período de
grande tribulação é que ocorrerá a segunda vinda de Cristo, ou seja, a Igreja passará pela grande tribulação.
·
Pré-Milenismo
Histórico: A
Igreja passará pela grande tribulação.
·
Pós-Milenismo: A tribulação é
experimentada na presente era. Existem Pós-Milenistas que acreditam em um
período final de grande apostasia e tribulação antecedendo a volta de Cristo, e
existem outros que defendem que quando Cristo voltar o mundo estará em plena
paz e prosperidade. Isso acontece devido a visão sobre o milênio que essa corrente
escatológica defende.
·
Dispensacionalismo
Clássico: A
Igreja será arrebatada antes da grande tribulação, ou seja, não passará por
ela.
O Julgamento:
·
Pré-Milenismo
Histórico: Julgamento
na segunda vinda de Cristo e também após o milênio.
·
Pós-Milenismo: Julgamento geral de todas
as pessoas na segunda vinda de Cristo.
·
Dispensacionalismo
Clássico: Três
julgamentos sendo eles:
1. Julgamento das obras dos salvos
no arrebatamento;
2. Julgamento de judeus e de alguns
gentios no final da grande tribulação;
3. Julgamento geral dos ímpios após
o milênio.
Igreja e Israel:
·
Amilenismo: A Igreja é o
verdadeiro Israel de Deus, e Deus tem apenas um povo.
·
Pré-Milenismo
Histórico: A
Igreja é o Israel Espiritual, ou seja, o novo Israel no Novo Testamento, porém
Deus tratará com Israel separadamente concernente algumas promessas no milênio.
·
Pós-Milenismo: A Igreja é o novo Israel.
·
Dispensacionalismo
Clássico: Para
Deus, Israel e Igreja são povos completamente diferentes. A Igreja é um
“parêntese” no plano Deus para Israel que foi suspenso, mas será retomado após
o arrebatamento secreto da Igreja.
Milênio:
·
Amilenismo: O milênio não
é um período literal de mil anos. No Amilenismo o milênio é espiritual onde os
salvo reinam com Cristo no céu e sobre a terra, e começou na primeira vinda de
Cristo.
·
Pré-Milenismo
Histórico: É
reconhecido o Reino de Cristo na presente era com a Igreja, porém haverá também
um reino milenar e literal no futuro após a segunda vinda de Cristo, com Jesus
reinando sobre as nações do mundo (talvez não necessariamente o período seja de
mil anos).
·
Pós-Milenismo: Conforme o Evangelho for
sendo pregado será iniciado o milênio, onde o mundo inteiro será evangelizado e
a maioria das pessoas serão convertidas. A cristianismo será o padrão e não a
exceção, ou seja, a plantação será de trigo e não de joio (a referência a Parábola de Jesus é
usada para defender esse conceito).
·
Dispensacionalismo
Clássico: Milênio
futuro e literal após a segunda fase da segunda vinda de Cristo.
Existe
também uma variação do Dispensacionalismo conhecida como Dispensacionalismo
Progressivo, e ganhou força principalmente nos últimos 20 anos. Essa visão é
bem diferente do Dispensacionalismo Clássico e defende a Segunda Vinda de
Cristo como sendo pós-tribulacional e o fato de Deus ter apenas um povo, ou
seja, rejeita a completa distinção entre Israel e a Igreja feita pelo
Dispensacionalismo Clássico.
Fontes
consultadas:
Páginas
Web (consultadas entre 4 e 11/02/2019)
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