Recentemente, em razão de nosso estudo da Carta aos Tessalonicenses, entramos no tema Eleição versus livre arbítrio.
Obviamente, o tempo na Escola Dominical não nos permitiria argumentarmos sobre o tema, assim, trago para este meio toda a argumentação à respeito do tema.
OS CINCO PONTOS DO
CALVINISMO - Cânones de Dort (1618-1619) esclarecem a seguinte premissas baseadas no acróstico TULIP, formado pelas iniciais
em inglês dos seguintes itens:
Depravação Total (Total Depravity)
Eleição Incondicional (Unconditional Election)
Expiação Limitada (Limited Atonement)
Graça Irresistível (Irresistible Grace)
Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)
Eleição Incondicional (Unconditional Election)
Expiação Limitada (Limited Atonement)
Graça Irresistível (Irresistible Grace)
Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)
Os cinco pontos descritos acima tinham por objetivo opor-se ao Arminianismo, cujos outros cinco pontos os confrontam diretamente, condicionando a salvação à decisão do Homem (e conseqüentemente, aquilo que o homem conquistar com seus méritos, estará sujeito a perder por conta de seus deméritos, abrindo assim espaço para a afirmação de que a salvação poderia ser perdida).
ARGUMENTAÇÃO SOBRE OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
T - Depravação Total
A
Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua imagem e semelhança.
Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da obediência aos Seus
mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem falhou desobedecendo a
Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio, rebelando-se contra o
seu Criador. Este pecado inicial de desobediência (conhecido como a Queda do
Homem) resultou em morte espiritual e ruptura na ligação de sua alma com Deus,
o que mais tarde trouxe também sua morte física. Sendo Adão o representante de
toda a raça humana, todos caímos com ele e fomos afetados pela mesma corrupção
do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira de Deus e a morte passou a todos os
homens.Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por isso todos
nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte espiritual não
quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o homem é culpado
(tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má). A depravação
total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que somos tão maus
quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus (todo o nosso
ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado).A depravação
total também significa que o homem possui uma inabilidade total para restaurar
o relacionamento com seu Criador. Por causa da depravação, o homem natural, por
si mesmo, é totalmente incapaz de crer verdadeiramente em Deus. O pecador está
morto, cego e surdo para as coisas espirituais. Desde a Queda o homem perdeu o
seu livre-arbítrio e passou a ser escravo de sua natureza corrompida e por isso
ele é incapaz de escolher o bem em questões espirituais. Todas as falsas
religiões são tentativas do homem de construir para si um deus que lhe seja
propício. Porém, todas essas tentativas erram o alvo, pois o homem natural por
si mesmo não quer buscar o verdadeiro Deus. Devido ao estado de depravação do
homem, se Deus não tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto
eternamente. O homem natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este
conhecimento se Deus não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.
Textos Bíblicos: Gn 2:17; Gn 6:5; Gn
8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr
9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36;Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm
3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm
2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15
U - Eleição
Incondicional
Devido
ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e
perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm desejo de ter comunhão com o seu
Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo que os homens são pecaminosos,
perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, os homens
inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos para si.
Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido
todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus
ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado
misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a
eleição.A eleição incondicional significa que Deus, antes da fundação do mundo,
escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça humana e os
predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e para trazê-los ao
conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs salvar da
condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele
tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não
salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem
quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu
salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados
pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista
da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e
na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem
determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou
inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.Os que não foram
escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas
más para serem punidos pelos seus pecados. Não cabe à criatura questionar a
justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. Deve-se ter em mente
que, se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e
soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria
salvo. Textos bíblicos: Dt 4:37; Dt
7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo
6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15 /Rm 2:4; Rm
8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 /Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts
1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1
/ 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17
L - Expiação Limitada
Embora
Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo número de homens, Sua
santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como os escolhidos de Deus
são pecadores, uma expiação completa e perfeita era necessária. Jesus Cristo, o
Filho de Deus feito homem, suportou o castigo merecido pelos pecadores e obteve
a Salvação para os Seus eleitos.A eleição em si não salvou ninguém; apenas
destacou alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos por Deus Pai
e dados ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua
redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para
que pudesse identificar-se com o Seus eleitos e agir como seu representante ou
substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de
Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos
ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nele. Através do que
Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são
libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles.
Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados
dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. Por conseguinte, quando
Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual
ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram
ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.A obra
redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização. Foi planejada para
render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e, de fato,
assegurou a salvação para esses indivíduos e para ninguém mais. A salvação que
Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de
trazê-los a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do
arrependimento. Deus não deixou aos pecadores a decisão se a obra de Cristo
será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão
infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o
propósito divino da eleição. Textos bíblicos:
1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 /
Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25
/ Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9
I - Graça Irresistível
Cada
membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito Santo – participa e contribui
para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai, antes da fundação do mundo,
selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu
povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse
povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a redenção – não completam a
obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do
pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da
obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A Graça Irresistível
ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação
aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus aplica
inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua
intenção salvar todos os eleitos.O apelo do evangelho estende uma chamada à
salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem
distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se
arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao
eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens
estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si
mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo,
para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Conseqüentemente,
o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e
crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego,
surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente
para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do
homem.Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação,
estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na
mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza
uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz à fé em Cristo. A
mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na
verdade espiritual.No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos
para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e uma nova
natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual
o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é
renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a
Cristo por sua própria e livre escolha. Textos
bíblicos: Jr 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo
1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17
/ Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb
9:15
P - Perseverança dos
Santos
Os
eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles
são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos
espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros
nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram
predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu. A
perseverança dos santos não significa que todas as pessoas que professam a fé
cristã estão garantidas para o céu. Somente os santos – os que são separados
pelo Espírito – é que perseveram até o fim. São os crentes – aqueles que
recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e salvos nele.
Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas eles não
desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos santos
está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito
Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que
fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura toda a vida e,
às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados, mas esses
pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo.A Bíblia diz
que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São guardados
pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram
selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e,
desta forma, estão assegurados para uma herança eterna. Textos bíblicos: Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51;
Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 /
Fp 1:6 / Cl 2:14 /2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo
5:18 / Ap 17:14
Espero que o início deste estudo promova nossa aproximação com o nosso DEUS, uma vez que está demonstrado o grande amor com que ELE nos amou, providenciando tudo aquilo que nós jamais seríamos capazes de oferecer.
O mérito é dELE, e só dELE!!
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